O dia que um pretendente a submisso, criou uma página de fã para Lady Víbora

Era madrugada, acordo com um alerta de mensagens do Instagram... 

Tão sonolenta ainda, continuei dormindo...

De manhã vejo que esta página @ladyvibor_fanclub me adicionou...

Legal! (Pensei)

Lá vamos nós outra vez!!!

Desde que iniciei o projeto LV (Lady Víbora), me deparo com situações similares, afinal, LV é uma personagem autobiográfica fetichista e também uma obra de arte transmídia, em desenvolvimento contínuo. Frequentemente recebo mensagens tanto na minha conta principal do Instagran ou do Facebook, quanto na página e na conta da LV, são mensagens de homens com personalidade submissa ou não, desejosos por obter sessões de dominação ou fotos dos meus pés, para satisfazer seus desejos...

 Alguns apenas dizem um"Olá Rainha" já acreditando que isso é suficiente. Outros são mais criativos, tentam barganhar de alguma forma, seja oferecendo serviços virtuais, edição de fotos, repostagens ou criando esta página de fã.


Claro que bajulação não é e nunca foi suficiente para chamar minha atenção, digo, para ganhar a atenção de LV. Porém dessa vez me diverti um pouco. Por um dia curti a idéia de ter fãs, de ver minhas fotos sendo publicadas por um estranho, Ver o nome LV sendo ostentado por um servo, como sua Rainha e Dona.
São ações como esta, que tornam a obra viva, essa interação com o público é a prova de que o processo criativo e performático de LV finalmente ultrapassa uma zona de conforto em que todas as ações eram planejadas e controladas, para finalmente ser mais do que uma obra de arte formatada, dentro de técnicas específicas e inicia uma etapa de vivência cada vez mais real, tanto no campo da performance quando no campo das relações pessoais, (artista/personagem/publico).


No fim do dia, exatamente como eu havia previsto, o pretenso sub insatisfeito, por não ter obtido a atenção que esperava, simplesmente removeu as fotos, alterou o nome da página e me bloqueou. 

Felizmente desenvolvi o hábito de documentar as etapas do meu processo criativo, então, claro que guardo registros desses momentos efêmeros e preciosos, que posteriormente são anexadas ao projeto. 

Esta é a primeira vez que publico um relato, sobre essas experiências de LV com o público: podólatra e BDSM. Talvez agora, eu seja capaz de me distanciar da personagem e observar com novos olhos, todo o contexto e também me sinto livre para falar sobre tais experiências, que sendo reais, também constituem dados de uma pesquisa, que embora já tenha sido inciciada durante meu Mestrado em Arte e Cultura Visual, ainda está apenas no início de uma longa existência, que certamente será repleta de desafios e atos luxuosos, com requintes sádicos e contemporâneos.




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